
Brasil tem nova estratégia de cibersegurança — o que sua empresa precisa saber agora

ESCRITO POR:
Henrique de Souza
24/10/2025
Cibersegurança
A cibersegurança deixou de ser apenas uma questão técnica para equipes de TI. Hoje, lideranças empresariais, conselhos e áreas de negócio precisam compreender que a segurança da informação é parte integrante da estratégia corporativa, da reputação e do modelo de crescimento. No Brasil, os marcos regulatórios recentes – como a nova Política Nacional de Segurança da Informação (PNSI) e a Estratégia Nacional de Cibersegurança (E‑Ciber) — reforçam essa realidade.
Por que isso importa para sua empresa
Cada vez mais o governo define diretrizes que impactam não só o setor público, mas todo o ecossistema empresarial. A PNSI, instituída pelo Decreto 12.572/2025, estabelece diretrizes estratégicas para assegurar a disponibilidade, integridade, confidencialidade e autenticidade da informação no âmbito federal. A E‑Ciber, por sua vez, com o Decreto 12.573/2025, estrutura quatro eixos temáticos que visam proteger cidadãos, serviços essenciais e a soberania digital.
Para empresas de todos os portes, isso significa:
A necessidade de demonstrar compliance e postura de segurança não só aos órgãos reguladores, mas a clientes, parceiros e investidores.
A oportunidade de transformar segurança em diferencial competitivo, exibindo maturidade e confiança digital.
A urgência de avaliar seus controles, governança e cadeia de fornecimento para evitar impactos que vão além de TI.
Pontos-chave que todo líder deve entender
Governança como base estratégica Os marcos normativos brasileiros reiteram que segurança da informação não é apenas “ferramenta de TI”. A PNSI reforça que a governança, as competências e a cooperação internacional são pilares essenciais. Como CEO de uma empresa MSSP, tenho observado que empresas que incorporam governança estruturada têm menos retrabalho, maior eficiência operacional e melhor percepção de mercado.
Integração entre privacidade, infraestrutura crítica e inovação digital A E‑Ciber destaca que a proteção de infraestruturas críticas, serviços essenciais e dados sensíveis é central à resiliência nacional – o que afeta diretamente provedores, parceiros e clientes corporativos. Essa integração exige que empresas considerem segurança como parte do produto, da cadeia de valor e da experiência do cliente.
Transparência e maturidade como vantagem de mercado Em um cenário competitivo, demonstrar que sua empresa possui políticas, monitoramento, métricas de risco e governança eficaz transforma‑se em um argumento de vendas. Empresas maduras em segurança são vistas como mais confiáveis, elevando o ticket médio e facilitando parcerias.
Ações práticas para conduzir essa transformação
Revisão estratégica – Avalie se sua empresa possui uma política de segurança da informação formal, se ela está comunicada a todas as áreas e se está alinhada aos objetivos de negócio.
Mapeamento de risco e cadeia de fornecedores – Verifique se os parceiros e prestadores de serviço estão alinhados às novas diretrizes (PNSI, E‑Ciber) e se sua empresa monitora adequadamente acessos, incidentes e responsabilidades.
Métricas e governança visível – Crie indicadores que conectem segurança ao negócio (ex: tempo de resposta, número de falhas evitadas, impacto contínuo). Ofereça esses dados ao board para decisões informadas.
Cultura e conscientização – A segurança começa pelos indivíduos. Promova treinamentos, simulações e reporte de incidentes como parte do negócio e não apenas da TI.
Conclusão
O novo marco normativo brasileiro não é apenas uma obrigação: é uma oportunidade para líderes empresariais transformarem segurança em diferencial competitivo. Empresas que entendem que segurança da informação e cibersegurança são estratégicas, e que adaptem seus modelos de governança e operação a essa realidade, sairão na frente.
Se sua organização ainda vê a segurança apenas como custo ou tarefa de TI, está perdendo terreno. Agora é o momento de exercer liderança, governança e visão estratégica sobre segurança digital.


