
Ataques via Fornecedores: O Risco Invisível que Pode Parar Seu Negócio

ESCRITO POR:
Henrique de Souza
09/07/2025
Cibersegurança
Uma das maiores lições de cibersegurança dos últimos meses não veio de um banco, nem de um órgão público — mas sim de uma empresa intermediária de tecnologia, responsável por conectar sistemas de pagamento.
A C&M Software, que presta serviços para o Banco Central e diversas instituições financeiras no Brasil, foi vítima de um abuso de privilégio interno após um funcionário ser subornado para entregar credenciais de acesso a um grupo de hackers. O impacto foi imediato: aproximadamente R$ 800 milhões foram desviados de contas bancárias. Instituições precisaram interromper operações. Autoridades congelaram ativos e exigiram auditorias profundas antes da retomada das atividades.
E se fosse um dos seus fornecedores?
A falha não foi apenas técnica. Foi de governança.
Esse incidente escancara um ponto que muitas empresas ignoram: a cadeia de fornecedores é tão segura quanto seu elo mais fraco. Mesmo que você invista em boas práticas e proteções internas, uma brecha na operação de um parceiro pode afetar sua reputação, sua continuidade e até seus resultados financeiros.
Três lições que valem para qualquer setor
1. Proteja-se contra riscos de terceiros
Não importa se seu fornecedor é de tecnologia, logística, RH ou contabilidade. Ele acessa seus dados, seus sistemas ou sua operação? Então você precisa definir controles, revisar contratos e monitorar ativamente essa relação.
2. Conscientize sobre ameaças internas
A maioria dos ataques modernos envolve engenharia social ou falhas humanas. Treinar e conscientizar sua equipe — e exigir o mesmo dos seus parceiros — é uma medida de baixo custo e alto impacto.
3. Governança não é para empresas grandes. É para empresas responsáveis.
Mesmo pequenas e médias empresas precisam demonstrar maturidade: políticas claras, definição de responsabilidades, revisão de acessos e planos de resposta a incidentes.
Isso afeta sua capacidade de vender
Empresas mais maduras em segurança não apenas evitam prejuízos — elas vendem mais.
Hoje, clientes B2B e investidores querem ver evidências de boa governança digital antes de fechar contrato. A cibersegurança deixou de ser apenas defesa e passou a ser diferencial de vendas, condição para acessar mercados e até fator de precificação.
Conclusão
Você não precisa estar no setor financeiro para sofrer com um ataque como esse.
Basta depender de alguém que não leva segurança a sério.
E a verdade é simples: não há inovação, crescimento ou reputação que resista a uma falha não controlada.
Governar os riscos da sua operação — e dos seus fornecedores — não é burocracia. É inteligência de negócio.